terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Receita para um dia assim



É sabido
que eu sou uma pessoa muito fashion, como tal aderi à moda da gripe. Mas como também sou minimamente razoável, não fui a correr para a urgência.
É certo que podia ir ao médico para ser medicada por um profissional mas como todos os anos tenho disto uma ou duas vezes e o médico receita sempre o mesmo, optei pela maravilha da auto-medicação.

Seguem-se os ingredientes:


Tylenol Sinus (day & night) - os da noite dão a sonolência habitual nos descongestionantes nasais e os do dia não









Chá de limão (muito)








Xarope de cenoura (varia com a gulodice)

domingo, 28 de dezembro de 2008

Aniversário

Estava eu a fazer o belo do zapping... Perdão, estava alguém pago por mim a fazê-lo enquanto eu ordenava "Próximo" (de tal maneira que me lembrei da senhora do BCG quando lá iamos tirar as micros para a admissão na faculdade) quando parei na Câmara Clara, que por três semanas seguidas anda a passar retrospectivas, e lá estava uma senhora que creio que seja escritora (perdoa-me a ignorância mas não sou enciclopédia) a declamar um poema de Álvaro de Campos que no secundário tinhamos de analisar nas aulas de Português.
Let's cut the crap, here it goes:
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho... )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . .

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Habemus putus

Serve a presente para anunciar ao mundo que hoje, pelas 15h, nasceram as novas mascotes do Grupo Motard do Douro.
Finalmente, ao fim de longa espera o Pedro e o Miguel (não sei se foi por esta ordem) fizeram pop.
Parabéns Mãe Lia e Pai Pedro!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Uma por dia, nem sabe o bem que lhe fazia

Não, não é uma maçã mas também faz bem.
Não, não é uma queca mas também ajuda.
É uma destas, bem alto, logo pela manhã:


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O casal perfeito

Rosebud - Lenine

Dolores, dólares...


O verbo saiu com os amigos
pra bater um papo na esquina,
A verba pagava as despesas,
porque ela era tudo o que ele tinha.
O verbo não soube explicar depois,
porque foi que a verba sumiu.
Nos braços de outras palavras
o verbo afagou sua mágoa, e dormiu.

O verbo gastou saliva,
de tanto falar pro nada.
A verba era fria e calada,
mas ele sabia, lhe dava valor.
O verbo tentou se matar em silêncio,
e depois quando a verba chegou,
era tarde demais
o cadáver jazia,
a verba caiu aos seus pés a chorar
lágrimas de hipocrisia.

dolores e dólares...
que dolor que me dan los dólares
dólares, dólares
que dolor, que dolor que me dan

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Mesmo as épocas de opressão são dignas de respeito, pois são a obra, não dos homens, mas da humanidade, e portanto da natureza criadora, que pode ser dura, mas nunca absurda. Se a época que vivemos é dura, temos o dever de a amar ainda mais, de a penetrar com o nosso amor, até que tenhamos afastado as enormes montanhas que dissimulam a luz que há para além delas.
Rathenau in Para onde vai o Mundo?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Free Rice

Todos gostamos de ajudar os menos afortunados, sobretudo nesta época natalícia.
Aqui podemos jogar um simples jogo de sinónimos e combater a fome mundial sem gastar um tostão e no conforto do sofá.
E porque não adicioná-lo aos marcadores e jogarem todos os dias ou sempre que tiverem uma oportunidade?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Se morresse sempre que quero, já tinha ressuscitado várias vezes.
Dizem que Deus dá nozes a quem não tem dentes e é bem verdade. Senão, vejamos, uns querem tanto desaparecer e ficam por aqui à espera de dias melhores ou aventuram-se no suicídio, que pode ou não resultar; outros amam a vida, fazem tudo certinho, têm um lugar garantido no Céu e de repente lá estão eles com asinhas novas.
Por isso, além de virmos com manula de instruções, deviamos vir com prazo de validade. Assim, a vida tinha muito menos piada mas era muito mais segura para quem prefere viver no buraco.