sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Isto sé em Londres... ou noutro lugar esquisioto qualquer, onde toda a gente é estranha em todos os sentidos da palavra.

Apanho o autocarro para casa, depois de mais oito horas exaustivas de trabalho e ao chegar a Nothing Hill, duas paragens depois de ter entrado, o trânsito pára com a rua bloqueada por causa de um acidente.

Ora, tal como em Portugal, os passageiros começam a discutir sobre o acidente mas aqui também discutiam sobre o caminho alternativo a tomar. Facto curioso, sobretudo porque o motorista não sabia sair dali sem ser pelas vias normais.

Convém salientar que Nothing Hill é um dos pontos centrais que separa o coração de Londres dos arredores tendo, por isso, vários acessos. Portanto, foi bastante interessante, nada confortável ou seguro e um tanto engraçado, ter um motorista que não sabia o caminho a ser guiado durante trinta minutos por três passageiros que discutiam o caminho entre si e ... (wait for it) ... um deles, o mais atinado no GPS, trocava a direita com a esquerda.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

domingo, 14 de fevereiro de 2010

sábado, 13 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Uma das melhores bandas da actualidade presta tributo a Agostinho da Silva no seu último álbum Mind At Large.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Professor Agostinho da Silva

Professor Agostinho da Silva , um Homem intemporal que me encantaria poder ter conhecido.
Um pensador que devia ser mais valorizado e, talvez, até incluído nos programas escolares de Filosofia do ensino secundário.

É um dos mais notáveis intelectuais portugueses do século XX. Agostinho da Silva deixou uma obra paradoxal, afirmando a liberdade como a mais importante qualidade do homem. O seu pensamento é uma porta de acesso a outros universos, outros olhares. Tinha uma curiosidade infatigável: é um filósofo prático, cujo pensamento ultrapassou fronteiras. No Brasil, ajudou a fundar várias universidades. “É o grande subversor da cultura instituída: usa uma linguagem que todos compreendem, desde o grande erudito ao total analfabeto”, diz o escritor Fernando Dacosta.

Agostinho da Silva foi dos mais paradoxais pensadores portugueses. “Para mim, é a personalidade mais marcante da 2.ª metade do século XX português, tal como Fernando Pessoa é da 1.ª metade”, afirma o escritor Fernando Dacosta. “Conciliava um raciocínio rigorosíssimo com um mistério profundo das coisas. Conseguiu a harmonia de realidades verdadeiramente inconciliáveis.” Não é por acaso que ele se autodefiniu com a seguinte frase: “Não sou um ortodoxo nem um heterodoxo. Sou um paradoxo.”

O tema mais candente da sua obra foi a cultura de língua portuguesa, num fraternal abraço ao Brasil e aos países lusófonos. Todavia, a questão das filosofias nacionais não é para ele decisiva, parecendo-lhe antes uma questão académica: “Não sei se há filosofias nacionais, e não sei se os filósofos, exactamente porque reflectem sobre o geral, se não internacionalizam desde logo.” Agostinho da Silva tinha uma visão analítica aguçadíssima. “Foi um exemplo de cidadania. Era inconformado e tinha um sentido crítico que lhe permitia ver a conjuntura política e intelectual da sua época”, assegura o tenente Gonçalves Neves, investigador do Museu de Marinha. Tinha uma marcada visão da cultura portuguesa, como parte importante de uma visão do mundo, diferente da nórdica, da “capitalista”.

Embarcando num sonho universalista em que os portugueses que vivem apenas para Portugal não têm razão de ser, apresentou-se aos olhos tantas vezes desconcertados dos seus leitores como um cavaleiro do Quinto Império, um reinado do Espírito Santo, respirando um misto de franciscanismo e de joaquimismo e, em todo o caso, obra mais de cigarras do que de formigas como era próprio das crianças: “Restaurar a criança em nós, e em nós a coroarmos imperador, eis aí o primeiro passo para a formação do império.”

George Agostinho Baptista da Silva nasceu no Porto em 13 de Fevereiro de 1906 (de família alentejana e algarvia), tendo vivido parte da sua infância em Barca de Alva, junto do Douro, localidade que muito o marcou. Após concluir a licenciatura e doutoramento em Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, frequenta a Escola Normal Superior, em Lisboa, tendo recebido uma bolsa para estudar em França. De regresso a Portugal, foi colocado no Liceu de Aveiro, onde recusou assinar uma declaração que o obrigava a não seguir a ideologia marxista. Ele ensinava a liberdade de pensamento - e assim procedeu. Foi demitido.

Uma das suas características mais marcantes é a capacidade de comunicação. Era magnético na oralidade. “É um orador ao nível de um Padre António Vieira ou de um Santo António”, opina Fernando Dacosta. “É notável a sua capacidade de se expressar, o seu raciocínio, um raciocínio sempre imbuído de uma afectuosidade muito peculiar.” Ao longo da sua vida foi convidado para fazer conferências onde se juntavam centenas de pessoas só para o ouvir. “Isso provocou a inveja dos papas da cultura instituída. Em Portugal, as pessoas da cultura caracterizam-se por uma postura de gravidade, distanciamento e quase intocabilidade. Agostinho da Silva é o grande subversor. Subverte este esquema.”

Entre 1935 e 1944 reside em Madrid (como bolseiro) e depois em Lisboa (vivendo de aulas no ensino particular e de explicações), onde se relaciona com o grupo “Seara Nova” e, posteriormente, com António Sérgio. Em 1944 parte para o Brasil, onde escreve nesse mesmo ano o livro “Considerações”. Reside no Uruguai e na Argentina, realizando trabalhos no domínio da histologia. Em 1947, regressa ao Brasil, onde ajuda a fundar universidades (afastadas, normalmente, dos grandes pólos de desenvolvimento), estações científicas, centros de pesquisa e intercâmbio, a par de intensa actividade pedagógica e pesquisas em entomologia e parasitologia. “A obra que ele deixou no Brasil é gigantesca”, salienta o fadista Carlos do Carmo. “E, ao mesmo tempo, tinha um sentimento muito positivo em relação ao ser português.” Em 1953 Agostinho da Silva publica a sua única obra de ficção propriamente dita, “Herta, Teresinha, Joan”.

Realiza inúmeras viagens pelo mundo, visitando países como o Japão (que percorre demoradamente), Macau e Timor. Em 1969 passa a residir em Portugal, tendo sido nomeado conselheiro e consultor junto do ICALP e ainda no Centro de Estudos da América Latina - Universidade Técnica de Lisboa. Morre em Lisboa no Hospital de S. Francisco Xavier, num domingo de Páscoa, em 3 de Abril de 1994, depois de ter vivido toda a vida em constante vigilância.

Fonte: Os Grande Portugueses - RTP



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Excêntricos

Enquanto o comum dos mortais é considerado maluco quando foge à norma, os mais abastados são comummente apelidados de excêntricos.
Ontem, lá na loja, um dos nossos cliente habituais fez-nos mais um pedido excêntrico.
A figura em questão é um mafioso russo que ao contrário do esperado não veste fatos Armani nem calça sapatos Prada. É habitual vê-lo com um kispo com um grande Rato Mickey bordado no fundo das costas. Ontem usava umas botas texanas castanhas por cima dumas calças de fato-de-treino cinza mesclado e um kispo de penas vermelho.
Olhou para uns vasos de orquídeas que lá temos a £15 cada. Pediu que os usássemos para aproveitarmos as flores para fazer um bouquet com 19 flores de orquídeas mais uns verdes e afins...
Aqui está um detalhe interessante, os europeus do leste, tal como alguns portugueses, só compram flores em número ímpar.
Para não ser muito deselegante, limito-me a dizer que o bouquet tinha uns 80cm de diâmetro e como não havia códigos de barras para tamanho valor, tive de usar 3 do valor mais alto que lá temos.
No fim, o senhor amavelmente deu uma gorjeta de 20€ à nossa Team Leader. Leram bem, 20 Euros, a criatura deve viajar tanto que já nem sabe onde é o mar, como diria o Reininho.
O que importa é que esse dinheiro deu para nos pagar o almoço às quatro.
Mas não digam a ninguém porque lá na loja não podemos aceitar gorjetas. Quando tal acontece devemos aconselhar os clientes a doar o valor para caridade! Agora eu pergunto, ajudar a classe trabalhadora nesta sociedade de consumo imediato, como diriam os Taxi, não é caridade???